Varizes: guia completo sobre causas, sintomas, diagnóstico por ultrassom Doppler, tratamentos modernos e prevenção

Lembro-me claramente da vez em que, depois de um plantão de reportagem em pé o dia inteiro, minhas pernas voltaram para casa com um padrão azulado que eu nunca tinha notado antes. Fiquei preocupada, pesquisei e falei com especialistas — e foi assim que comecei a entender, na prática, como as varizes aparecem, incomodam e podem ser tratadas. Na minha jornada aprendi que pequenas mudanças diárias somadas a um diagnóstico correto fazem diferença real na qualidade de vida.

Neste artigo você vai entender, de forma prática e confiável, o que são varizes, por que surgem, quais sintomas merecem atenção, as principais opções de tratamento (do caseiro ao cirúrgico) e como prevenir recidivas. Vou citar estudos e diretrizes de referência para você poder checar as informações.

Conteúdo

O que são varizes?

Varizes são veias dilatadas e tortuosas, mais comuns nas pernas, causadas por falha nas válvulas venosas que impedem o refluxo do sangue. Quando essas válvulas não funcionam bem, o sangue se acumula e aumenta a pressão dentro da veia, que se dilata e aparece sob a pele.

Termos comuns (explicados sem jargão)

  • Insuficiência venosa crônica: quadro mais amplo que pode incluir varizes, inchaço e alterações da pele.
  • Telangiectasias (vasinhos): veias finas e superficiais, diferentes das varizes maiores.
  • Refluxo venoso: retorno de sangue na direção errada por falha das válvulas.

Quem tem risco de ter varizes?

As varizes são muito comuns: afetam entre 20% e 30% dos adultos, com maior prevalência em mulheres e pessoas com histórico familiar (fontes: NHS e Mayo Clinic).

Fatores de risco incluem:

  • Idade avançada
  • História familiar (hereditariedade)
  • Gravidez — aumento do volume sanguíneo e pressão abdominal
  • Profissões que exigem longos períodos em pé
  • Obesidade
  • Sedentarismo

Sintomas e quando procurar um médico

Você já sentiu suas pernas pesadas, inchadas ou com queimação ao final do dia? Esses são sintomas frequentes.

  • Sintomas leves: dor leve, sensação de peso, câimbras noturnas, coceira
  • Sinais visíveis: veias dilatadas, azuladas e tortuosas
  • Sinais de alerta: inchaço persistente, alterações de cor da pele, úlceras ou sangramento — procure atendimento imediatamente

Diagnóstico — como é feito na prática

O diagnóstico começa com exame clínico e história detalhada. O ultrassom Doppler venoso é o exame padrão para avaliar refluxo e mapear veias comprometidas (veja diretrizes clínicas como as do ESVS e informações do NHS: https://www.nhs.uk/conditions/varicose-veins/ e Mayo Clinic: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/varicose-veins).

Tratamentos: do conservador ao definitivo

Nem toda variz precisa de cirurgia. O objetivo é aliviar sintomas, prevenir complicações e melhorar a aparência quando desejado.

Mudanças de estilo de vida (o primeiro passo)

  • Exercício regular (caminhada, bicicleta) melhora o retorno venoso.
  • Elevar as pernas por 15–20 minutos algumas vezes ao dia reduz o inchaço.
  • Perder peso quando necessário alivia a pressão nas veias.
  • Evitar ficar muito tempo em pé ou sentado, e alternar posições.

Eu mesmo comecei fazendo essas mudanças antes de qualquer procedimento. Em algumas semanas percebi redução do desconforto e menos inchaço; não resolvia todas as veias dilatadas, mas melhorou muito a qualidade de vida.

Meias de compressão

As meias de compressão ajudam a reduzir sintomas e retardar a progressão. Existem graus diferentes de compressão; a escolha ideal deve ser orientada por um profissional. Estudos mostram benefício sintomático consistente (NHS: https://www.nhs.uk/conditions/varicose-veins/treatment/).

Procedimentos minimamente invasivos

Hoje muitos casos são tratados sem grandes cortes:

  • Scleroterapia: injeção de substância que cicatriza a veia (muito eficaz para vasinhos e varizes pequenas).
  • Ablação endovenosa por laser (EVLA) ou radiofrequência (RFA): calor destrói a veia doente e o corpo a reabsorve.
  • Microflebectomia (fleboextracção ambulatorial): remoção de varizes superficiais por pequenas incisões.

Estes métodos costumam ter recuperação rápida e alta taxa de sucesso em estudos comparativos com cirurgia aberta (ver diretrizes e revisões). Solicite ao seu cirurgião vascular os percentuais de sucesso e risco para o seu caso.

Cirurgia tradicional

Procedimentos como ligadura e stripping ainda existem e podem ser indicados em veias muito extensas. Tendem a ter recuperação mais longa, mas continuam sendo opção em cenários específicos.

Riscos e complicações

  • Tromboflebite superficial (coágulo em veia superficial)
  • Trombose venosa profunda (raro, mas sério)
  • Sangramentos de veias dilatadas
  • Úlceras venosas crônicas em casos avançados

Se houver dor intensa, calor local intenso ou inchaço súbito, procure emergência — esses sinais podem sugerir trombose.

Prevenção e manutenção para evitar recidiva

  • Mantenha atividade física regular.
  • Use meias de compressão conforme orientação após procedimentos.
  • Evite ganho de peso rápido e longos períodos em pé.
  • Reavalie anualmente com o seu vascular se tiver histórico de varizes.

Mitos e verdades

  • “Cortar cabelo/depilar causa varizes” — mito. Procedimentos estéticos não causam varizes.
  • “Só mulheres têm varizes” — mito. Homens também têm varizes, embora sejam menos comunicativos sobre o problema.
  • “Meias de compressão curam varizes” — meia alivia sintomas e ajuda, mas não ‘curam’ varizes já formadas.

Como escolher o profissional certo

Procure um cirurgião vascular ou angiologista com experiência em doenças venosas. Pergunte sobre:

  • Quantidade de procedimentos semelhantes realizados
  • Tipos de tecnologia utilizadas (EVLA, RFA, scleroterapia)
  • Taxa de recorrência e complicações observadas

Perguntas frequentes (FAQ rápido)

Varizes têm cura?

Varizes podem ser tratadas com alta taxa de sucesso, especialmente com técnicas minimamente invasivas, mas há risco de surgirem novas veias ao longo do tempo. A combinação de tratamento adequado e cuidados preventivos reduz esse risco.

Todo tratamento dói muito?

Procedimentos modernos são feitos com anestesia local e sedação leve quando necessário; a dor costuma ser controlável e a recuperação é rápida.

Quando preciso de cirurgia urgente?

Se houver sangramento ativo, ulceração ou sinais de trombose profunda com dor intensa e inchaço, procure emergência.

Conclusão

Varizes são comuns, tratáveis e, na maioria dos casos, manejáveis sem cirurgia agressiva. O caminho ideal combina diagnóstico correto (ultrassom Doppler), medidas de autocuidado, uso de compressão quando indicado e, se necessário, procedimentos modernos. A melhor abordagem depende do seu caso específico — por isso a avaliação por um especialista é essencial.

E você, qual foi sua maior dificuldade com varizes? Compartilhe sua experiência nos comentários abaixo — sua história pode ajudar outras pessoas.

Fontes e leitura recomendada: NHS — Varicose veins (https://www.nhs.uk/conditions/varicose-veins/) e Mayo Clinic — Varicose veins (https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/varicose-veins/symptoms-causes/syc-20350643). Para informações e diretrizes brasileiras, consulte a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) (https://www.sbacv.org.br).

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