Varizes nas pernas: causas, sinais de alerta, tratamentos eficazes (ablação, escleroterapia), prevenção e cuidados

Lembro-me claramente da vez em que, antes de uma viagem ao litoral, notei pela primeira vez aquelas linhas azuis e saltadas na parte de trás das minhas pernas. Fiquei envergonhada, tentei esconder com roupas mais compridas e comecei a procurar respostas. Na minha jornada aprendi que varizes não são apenas um problema estético: elas afetam a qualidade de vida, causam dor e, em alguns casos, sinalizam complicações que exigem atenção médica.

Neste artigo você vai aprender, de forma prática e embasada: o que são varizes, por que elas surgem, como identificar sinais de alerta, quais tratamentos realmente funcionam hoje (e por que), além de dicas concretas de prevenção e cuidados diários.

Conteúdo

O que são varizes?

Varizes são veias dilatadas e tortuosas, geralmente nas pernas, causadas por falha nas válvulas que ajudam o sangue a voltar ao coração. Quando essas válvulas não funcionam corretamente, o sangue se acumula, aumentando a pressão venosa e provocando a dilatação.

Quem tem varizes? Quão comuns elas são?

Varizes são muito frequentes: estima-se que cerca de 1 em cada 3 adultos apresente algum grau de varizes. São mais comuns em mulheres, mas afetam também muitos homens. Fatores como idade, histórico familiar, gravidez e profissões que exigem longos períodos em pé aumentam o risco (NHS, SBACV).

Principais causas e fatores de risco

  • Genética: histórico familiar é um dos principais fatores.
  • Idade: as veias perdem elasticidade com o tempo.
  • Sexo: mulheres têm maior predisposição (hormônios, gravidez).
  • Gravidez: aumento do volume sanguíneo e pressão abdominal.
  • Obesidade e sedentarismo: pioram a circulação.
  • Ficar muitas horas em pé ou sentado: favorece o refluxo venoso.

Sintomas comuns

Varizes nem sempre doem. Os sinais mais relatados são:

  • Veias visíveis, salientes e onduladas.
  • Sensação de peso, cansaço ou queimação nas pernas.
  • Inchaço, principalmente ao final do dia.
  • Câimbras noturnas.
  • Mudanças na pele (escurecimento, eczema) ou úlceras em casos avançados.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico começa com exame físico e história clínica. O ultrassom doppler venoso é o exame padrão para avaliar refluxo e anatomia venosa.

Tratamentos: do conservador ao cirúrgico (o que funciona)

Existem várias opções — escolha depende do grau das varizes, sintomas e preferências do paciente. Importante: sempre consulte um médico vascular ou cirurgião vascular antes de iniciar qualquer tratamento.

Medidas conservadoras (primeiro passo)

  • Meias de compressão: reduzem sintomas e corrigem edema; amplamente recomendadas como tentativa inicial (e frequentemente prescritas antes de procedimentos) — orientações do NICE.
  • Mudanças de estilo de vida: perder peso, caminhar, evitar ficar muito tempo em pé/sentado, elevar as pernas regularmente.
  • Cuidados com a pele para evitar inflamações e feridas.

Procedimentos minimamente invasivos

  • Escleroterapia: injeção de substâncias que fecham veias menores e vasinhos.
  • Ablação endovenosa (laser ou radiofrequência): tratamento das veias safenas com calor; substituiu muitas cirurgias tradicionais por ser menos invasivo e com recuperação mais rápida.
  • Tecnologias a laser para veias superficiais e microflebectomias para remoção de veias maiores.

Estudos e diretrizes mostram que ablação endovenosa tem eficácia semelhante ou superior à cirurgia tradicional, com menor tempo de recuperação (NICE, AVLS).

Cirurgia (flebectomia, safenectomia)

Em casos extensos, quando há refluxo significativo ou complicações, a cirurgia ainda é indicada. Hoje em dia muitas cirurgias foram substituídas por técnicas endovasculares, mas a indicação depende de avaliação individual.

O que funciona realmente e o que é mito?

  • Funciona: meias de compressão para alívio; ablação endovenosa e escleroterapia para remoção/fechamento de veias problemáticas; mudanças no estilo de vida para prevenir piora.
  • Mito: cremes e pomadas costumam aliviar sintomas, mas não “curam” varizes internas.
  • Alerta: tratamentos caseiros ou “remédios naturais” sem prova científica podem atrasar o cuidado adequado.

Cuidados diários e prevenção

  • Use meias de compressão se tiver predisposição ou sintomas.
  • Mova-se a cada 30–60 minutos se ficar muito tempo sentado/ em pé.
  • Exercícios regulares (caminhada, bicicleta) melhoram a circulação.
  • Controle de peso e alimentação equilibrada.
  • Evite roupas muito apertadas que comprimam a base das coxas.

Quando procurar um médico — sinais de alerta

  • Dor intensa e súbita, calor e vermelhidão (pode ser tromboflebite superficial).
  • Inchaço unilateral persistente ou dor intensa — investigar trombose venosa profunda (TVP).
  • Mudança de cor na pele, feridas que não cicatrizam, sangramentos das veias.

Perguntas frequentes rápidas (FAQ)

Varizes têm tratamento definitivo?

Sim, muitas veias problemáticas podem ser tratadas com sucesso por técnicas modernas (ablação, escleroterapia). Porém, há risco de surgirem novas veias com o tempo; por isso, acompanhamento é importante.

As meias de compressão curam varizes?

Não curam, mas aliviam sintomas, reduzem o inchaço e retardam a progressão. São parte essencial do tratamento conservador.

Gravidez piora varizes?

Sim, a gravidez aumenta o risco. Muitas vezes as varizes melhoram depois do parto, mas algumas permanecem e podem ser tratadas depois que a gestante terminar a amamentação, conforme orientação médica.

Resumo rápido

Varizes são comuns e tratáveis. Identificar sintomas cedo, adotar medidas conservadoras (meias, atividade física, controle de peso) e procurar avaliação vascular quando houver dor, inchaço persistente ou alterações na pele são passos decisivos. Procedimentos modernos como a ablação endovenosa e a escleroterapia oferecem boas taxas de sucesso com recuperação mais rápida que a cirurgia tradicional.

E você, qual foi sua maior dificuldade com varizes? Compartilhe sua experiência nos comentários abaixo — sua história pode ajudar outras pessoas.

Fontes e leitura adicional: NHS — https://www.nhs.uk/conditions/varicose-veins/, NICE guidance CG168 — https://www.nice.org.uk/guidance/cg168, Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) — https://sbacv.org.br/.

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